Hoje em dia, ao falarmos em
Sionismo, e na própria discussão sobre a política do Estado de Israel, geralmente
caímos na errônea discussão sobre o Holocausto. Seja para defender o direito do
povo judeu de viver em seu próprio Estado, seja para defender a política
Israelense em relação aos Palestinos, ao Hamas, ao Iran e ao Fundamentalismo
Islâmico.
O antissemitismo e o Holocausto são
usados como elementos centrais na defesa do Estado de Israel e de sua política.
Quando defendo uma política e um
Estado de Israel diferentes, sou questionado e acusado de não conseguir
entender o que o antissemitismo (o discurso de destruir o povo judeu) e o
Holocausto fizeram ao povo judeu.
A questão é que consigo entender
o antissemitismo e o Holocausto muito mais à frente de quem me acusa.
A grandeza do Holocausto e da
ameaça constante de extermínio são usadas para justificar políticas que, como o
Holocausto, não respeitam os direitos humanos e, ao mesmo tempo, constroem e
perpetuam o racismo em Israel.
A diferença entre mim e os que me
acusam de não entender o impacto do nazismo na história do povo judeu, é que
entendo o Holocausto como um crime contra a humanidade e não como um crime
contra o povo judeu.
Essa percepção me permite
continuar vendo todo ser humano de uma mesma perspectiva, respeitando sempre as
diferenças étnicas e culturais. Sou um ser humano judeu e não um judeu ser
humano e isso me faz ser mais judeu ainda.
Um crime contra qualquer povo é
um crime contra a humanidade e por isso deve ser combatido com veemência. E escrevendo
esse texto me veio à cabeça a famosa frase de Che Guevara:
“Se você treme de indignação frente
a uma injustiça no mundo, então somos companheiros”.
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