Minha oposição a este governo de Israel vem de seu projeto político, com 3
pontos: uma ordem econômica que está recheada de desigualdades sociais e
econômicas, perigosa deslegitimação de grupos internos da sociedade israelense
(que pode apontar para uma estrutura autoritária) e também a incapacidade
ideológica e estratégica de chegar a acordos com palestinos.
Agora, depois de mais de 1000 foguetes do Hamas, TODOS CONTRA ALVOS CIVIS
ISRAELENSES (INCLUSIVE ALVOS COM POPULAÇÃO MAJORITARIAMENTE ÁRABE, COMO O CASO
DE YAFO), penso que concentrar críticas ao governo de Israel e as suas últimas
decisões, é um erro estratégico, esse "casamento", entre Bibi-Liberman
e Hamas, tem que ser criticado dos dois lados.
O Hamas tem um governo em Gaza, com perspectivas políticas claras: é um
governo de um grupo fundamentalista, que tem como parte de sua estratégia, não
somente o fim do Estado de Israel, mas a deslegitimação de grupos palestinos no
interior de seu território.
Sabem, me lembrei disso quando vi agora a visita do presidente do Egito a
Gaza, escutei o discurso de Ismail Haniyeh pedindo apoio do Fatah e dos
palestinos da Cisjordânia. Me lembrei que apesar de eleito nos Territórios Palestinos
em 2006, O Hamas deu um golpe sangrento em Gaza em 2007, onde matando vários de
seus opositores do Fatah em Gaza, e expulsando outros conseguiu controle total
de Gaza e o fez com alianças pontuais com grupos a sua direita, Sahalafitas e o
Jihad Islamico Mundial.
As vítimas desses governos, no caso de Gaza, podem ser israelenses hoje,
mas antes já foram outros e outras, em seu próprio território. Enfim, vejam que
enquanto os foguetes caem aqui e lá, os coitados somos nós, Israelenses e Palestinos.
Já os vencedores... por enquanto são eles.
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